terça-feira, 27 de setembro de 2016

CARTA Nº5 À MINHA DONAIRE

VENUSTIDADE

Passa muito tempo que lhe escrevo nestes moldes. A última carta da série escrevi num dia semelhante a este; a um ano atrás. Não passa muito tempo, porque existem tantas outras cartas que escrevo no meu coração e armazenadas no meu encéfalo. Deste modo, a sua formosura está trancada no meu antro, tão duro mais do que qualquer coisa dura que existe; tão lindo por me criar alegria de ver a sua lindeza para qualquer canto que os meus olhos se dirigem, incluindo na meditação, no sonho e no trabalho.

Esta vez escrevo-lhe num dia singular; num dia em que estás eufórica porque atingiste pelo menos três decénios. Isto mostra madureza e experiência de vida. Num dia que o omnipotente originou a minha venustidade. Esta que suporta todas trabuzanas, tufões e outras adversidades. Mas tu superas, levantas-te e continuas a caminhar rigorosamente. É de fanfarronar este jeito, e enfatizar a minha gratidão por esse suplício.

Entretanto, o motivo principal desta carta é desejar-lhe muitos anos de existência, vitalidade e vigor e eu estarei sempre ao teu lado, do teu “bumbum” e acima de tudo da tua venustidade. Escrevo-te para lhe dizer que esta data se repetirá um número de vezes infinitamente incontáveis; para lhe dizer que muitas tempestades virão, muitos cobiçosos tentarão derrubar a si o nosso fascínio. Mas continue firme e objectiva para sempre.

Como tenho dito, meu anelo é estar conectado contigo para “Forever”. E então, escrevo também para afiançar que a tua venustidade me deixa fanaticamente louco e insano por ti. Porque a tua venustidade é superior que qualquer superioridade existente no universo; mais atraente que qualquer atractividade existente no cosmo.

Agora tenho a certeza que a nossa afeição é mais linda do que o tamanho do universo, mais forte do que qualquer força do universo e tão duradoira como a vida de Deus.
           
Beijos do tamanho mais enorme do que o universo.

Joseph Katame

sábado, 24 de setembro de 2016

(O presente)

Um sítio chamado Mente. Uma Mente que vive o presente

(O presente)

Ainda a propósito daquele país chamado Mente. Andei a vasculhar em todas as partes com olhos de ver, mas nada via para contar. Vasculhei a superfície do território, o sub-rés-do-chão, os ramais, as subsecções e o passado. Mas nada de relevante. Então vasculhei as memórias dos antiquados, e aqui sim, vi as coordenadas correctas; a localização de cada parafuso que fixa e assegura a mente do Mente. Os antiquados devem ser cuidados, eles são mais do que uma biblioteca. São a riqueza de um país, o segredo e o enigma de uma pátria. São pilares do Mente construídos com varões de dimensões infinitas. Nenhum sismo pode destruir.

O primeiro parafuso daquele país, o Mente, é o parafuso Exterminação. Exterminação do arcaico. Naquele país os envelhecidos são açoitados e fustigados. Estes gritam e choram, ninguém os ouve. Com as vozes já fatigadas e as porções do corpo sem autossustentação, clamam por auxílio e estimação. A regência seduz invariavelmente a sua patuleia, mas ninguém ouve. Os vindouros trazem outras mentes para aquele país, mas nada; o parafuso está bem apertado e oxidado, mas ninguém ouve. Naquele país, o Mente, a mente é do presente.

O segundo parafuso daquele país, chamado Mente, é o parafuso Hoje. Este parafuso aperta o presente. Aperta bem, mas bem mesmo. O Hoje promove o esquecimento. Os cidadãos daquele país não se lembram nem do passado nem da entidade futuro. Estão cravados para o presente. Apesar dos esforços dos vindouros, da regência e dos poucos ilhados da patuleia em desaparafusar, o parafuso subsiste ileso, não se mexe. Está oxidado e fixado para o presente. Naquele país, o Mente, a mente é do presente.

O terceiro e último parafuso do país Mente chama-se Dilapidação. Este parafuso foi pregado de modo que ninguém consiga desparafusar, nem mesmo o diabo. A oxidação é tão forte que a sua remoção requer a destruição daquele país. A mente está estagnada. Está estagnada no esbanjamento e no levamento. A ideia é esbanjar tudo o que se recebe, de tal sorte que não reste nada para amanhã. É delapidar tudo e de seguida esbanjar, sem norte nem sul. Não importa o passado nem o futuro. A ideia é esbanjar e delapidar. Quanto mais esbanjar e delapidar, a patuleia prova que é de nacionalidade Mentana; prova que é Mentana de gema. Naquele país, o Mente, a mente é do presente.


Naquele país a mente é do presente. É indispensável e imperiosa a desoxidação imediata da Exterminação, do Hoje e da Dilapidação. É preciso retirar os parafusos e renova-los. Ainda é possível tornar o Mente num país do passado, do presente e do futuro. Para isso é imperiosa a unificação dos esforços da patuleia, dos ilhados, dos literatos e dos vindouros de modo que o Mente viva o passado, o presente e o futuro.

Joseph Katame
anotações.info@gmail.com

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Um sítio chamado Mente. Uma Mente que vive o presente

(Introdução)
Hoje é um daqueles dias que a meditação comparece, depois de tanta procura pelas respostas. Muitas hipóteses testadas, mas todas elas rejeitadas. Isso tudo vem a propósito da Mente e do presente.

Há um sítio chamado Mente. É uma terra, um país. Um país cujas mentes dos seus habitantes usufruíam de qualidades diversas, quais sejam: intelecto, inteligência, razão, espiritismo, entendimento, pensamento e imaginação. Estas qualidades, em última análise revelam definitivamente o alcance do termo mente. Em uma primeira reflexão, podemos estar induzidos a concluir que é uma terra de gente sem imperfeições, sem questões e sem preocupações.

Muitas nações visitam aquele país. Nações de todos os cantos e encantos do mundo. Por essas orlas chegam todas as línguas, todas as colorações, todas as erudições e todas as ignorações. Mas o sítio continua o mesmo, com mesmas características, mesmos desafios e acima de tudo com mesma mente.

Sobre aquele sítio existem muitas estórias para contar. Estórias da Mente e do presente. Mente sem futuro, Mente somente com o presente. Talvez exista um futuro, que fica na ambição e não na acção. Porventura exista um porvir, mas a força da fricção toma o rumo unicamente para o presente, um átrio cerrado e blindado. E para iniciar a contar essas estórias, que são muitas, vamos historiar uma estória de cada vez. As estórias da Mente que não são mentira. A Mente do presente que é presente daquele país.

Hoje passamos a enumerar somente as estórias deste país chamado Mente. Estórias cumulativamente designadas 5P, que exprimem: Presente, Prenhidão, Pranto, Preguiça e Porvir. Nos dias próximos iremos, tintim-por-tintim, contar contando cada um dos cinco P das estórias da Mente, sem mentir nem medir as palavras.




Joseph Katame