Sabe-se que o cidadão
comum não quer a guerra. Os jovens e os idosos não querem a guerra. As mães e
os pais não querem guerra. Os combatentes da liberdade também não querem a
guerra! Nem a Renamo nem a Frelimo querem a guerra.
Como se pode ver,
ninguém quer a guerra. Tudo o que se vê nas televisões, se lê nos jornais e
redes sociais são apelos a paz. Mas também vemos sangue de pessoas feridas e mortas
em consequências, digamos de actos protagonizados por indivíduos inexistentes. São
apenas actos; não há ataques, não há guerra. Por isso organizamos marchas de
repúdio à uma guerra que não existe. É o vírus de Gueine responsável por esses actos inexistentes que provocam morte,
ferimentos e destruição. Por que não existem, e nem vemos, apenas sonhamos.
Todas as partes estão
abertas ao diálogo. Ninguém quer guerra. O Presidente da República não quer
guerra. O líder da Renamo não quer guerra. E ambos estão dispostos a reunir
para dialogar e ultrapassar os impasses. Enquanto isso, o Gueine provoca
sangue, destrói viaturas e outras infra-estruturas. Gueine não é guerra ou
coisa semelhante, é uma doença que se tornou problema de saúde pública.
O povo de Moçambique
não quer guerra. Por isso o presidente afirma que quer paz e pretende dialogar
com o líder da Renamo; a sociedade civil apela ao diálogo, ao mesmo tempo que
as Forças de Defesa e Segurança estão a procura do líder da Renamo para ser
responsabilizado por Gueine. Porque pensa-se que ele é o único propagador de Gueine.
Os órgãos de
informação, incluindo as redes sociais, são responsáveis pelo Gueine, de acordo
com algumas correntes de opinião. Segundo essas correntes, não faz sentido os
órgãos de comunicação social difundirem informações inexistentes, neste caso sobre
Gueine. De acordo com essas correntes de opinião, não se deve escrever o que
não existe e o que não se viu. Ou por outra, os jornalistas não devem confiar
nos seus órgãos de sentido, principalmente a visão, o olfacto e o tacto. Porque
os jornalistas sofrem da doença de Gueine. Esta doença permite ao jornalista
ver coisas que não vê, ouvir o que não ouve e sentir o que não sente. E as
autoridades paramilimédicas de luta contra o Gueine estão a envidar todo o
esforço para eliminar o vírus de Gueine e apelam a calma da população. Para evitar
a propagação do vírus de Gueine, as autoridades paramilimédicas apelam ao
silêncio total dos órgãos de informação e ao povo em geral.
Na verdade a luta contra
o vírus de Gueine não é de hoje. O vírus sofreu uma mutação. Antigamente
chama-se Gueexi. Nessa altura os esforços para elimina-lo surtiram efeito
porque os jornalistas e as outras partes interessadas ainda tinham os seus
órgãos de sentido em condições; ouviam o que ouviam, viam o que viam e sentiam
o que sentiam. Da mesma sorte as partes beligerantes diziam o que pensavam e
agiam de acordo com o que diziam.
Mas porcausa da mutação
que o Gueexi sofreu, criou danos irreparáveis a tudo e a todos. Agora o vírus
passou a designar-se Gueine e criou danos de proporções alarmantes. Os
jornalistas vêem o que não é visível, ouvem o que não é audível e sentem o que
não é sensível. Os políticos dizem o que não querem dizer, fazem o que não
dizem e prometem o que se irão se esquecer.
Este vírus de Gueine é
mesmo mau porque foi feito para produzir a guerra inexistente. Uma guerra que vemos
mortos onde não há; vemos ataques que não existem; a razão que não existe; a
insegurança que não existe.
Será que este vírus de
Gueine existe mesmo? Não sei qual estratégia deverá ser usada para elimina-lo.
Joseph Katame
01.10.2015
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