segunda-feira, 6 de junho de 2016

A LUTA CONTRA O GUEINE

Sabe-se que o cidadão comum não quer a guerra. Os jovens e os idosos não querem a guerra. As mães e os pais não querem guerra. Os combatentes da liberdade também não querem a guerra! Nem a Renamo nem a Frelimo querem a guerra.

Como se pode ver, ninguém quer a guerra. Tudo o que se vê nas televisões, se lê nos jornais e redes sociais são apelos a paz. Mas também vemos sangue de pessoas feridas e mortas em consequências, digamos de actos protagonizados por indivíduos inexistentes. São apenas actos; não há ataques, não há guerra. Por isso organizamos marchas de repúdio à uma guerra que não existe. É o vírus de Gueine responsável por esses actos inexistentes que provocam morte, ferimentos e destruição. Por que não existem, e nem vemos, apenas sonhamos.

Todas as partes estão abertas ao diálogo. Ninguém quer guerra. O Presidente da República não quer guerra. O líder da Renamo não quer guerra. E ambos estão dispostos a reunir para dialogar e ultrapassar os impasses. Enquanto isso, o Gueine provoca sangue, destrói viaturas e outras infra-estruturas. Gueine não é guerra ou coisa semelhante, é uma doença que se tornou problema de saúde pública.

O povo de Moçambique não quer guerra. Por isso o presidente afirma que quer paz e pretende dialogar com o líder da Renamo; a sociedade civil apela ao diálogo, ao mesmo tempo que as Forças de Defesa e Segurança estão a procura do líder da Renamo para ser responsabilizado por Gueine. Porque pensa-se que ele é o único propagador de Gueine.

Os órgãos de informação, incluindo as redes sociais, são responsáveis pelo Gueine, de acordo com algumas correntes de opinião. Segundo essas correntes, não faz sentido os órgãos de comunicação social difundirem informações inexistentes, neste caso sobre Gueine. De acordo com essas correntes de opinião, não se deve escrever o que não existe e o que não se viu. Ou por outra, os jornalistas não devem confiar nos seus órgãos de sentido, principalmente a visão, o olfacto e o tacto. Porque os jornalistas sofrem da doença de Gueine. Esta doença permite ao jornalista ver coisas que não vê, ouvir o que não ouve e sentir o que não sente. E as autoridades paramilimédicas de luta contra o Gueine estão a envidar todo o esforço para eliminar o vírus de Gueine e apelam a calma da população. Para evitar a propagação do vírus de Gueine, as autoridades paramilimédicas apelam ao silêncio total dos órgãos de informação e ao povo em geral.

Na verdade a luta contra o vírus de Gueine não é de hoje. O vírus sofreu uma mutação. Antigamente chama-se Gueexi. Nessa altura os esforços para elimina-lo surtiram efeito porque os jornalistas e as outras partes interessadas ainda tinham os seus órgãos de sentido em condições; ouviam o que ouviam, viam o que viam e sentiam o que sentiam. Da mesma sorte as partes beligerantes diziam o que pensavam e agiam de acordo com o que diziam.

Mas porcausa da mutação que o Gueexi sofreu, criou danos irreparáveis a tudo e a todos. Agora o vírus passou a designar-se Gueine e criou danos de proporções alarmantes. Os jornalistas vêem o que não é visível, ouvem o que não é audível e sentem o que não é sensível. Os políticos dizem o que não querem dizer, fazem o que não dizem e prometem o que se irão se esquecer.

Este vírus de Gueine é mesmo mau porque foi feito para produzir a guerra inexistente. Uma guerra que vemos mortos onde não há; vemos ataques que não existem; a razão que não existe; a insegurança que não existe.

Será que este vírus de Gueine existe mesmo? Não sei qual estratégia deverá ser usada para elimina-lo.
Joseph Katame

01.10.2015
banner
Anterior
Primeira

0 comentários:

Deixe as suas contribuições. Elas serão muito valiosas para a melhoria deste blog